Sigo então...com os olhos no alcatrão, a sentir as batidas e com passos ritmados pela música... Qual música? Qualquer uma que possas imaginar, afinal cada um anda ao ritmo da música que ouve, e eu ando ao ritmo da que estou a ouvir, ou pelo menos gostava de andar!
Sinto os carros passarem ao meu lado, em sentido contrário ao caminho que sigo, a deslocação que provocam no ar é muita, afinal o excesso de velocidade é acentuado...
Continuo.. sempre de cabeça baixa e com olhos no alcatrão. Não vejo quem passa por mim, também não quero ver, estou bem, eu e... a minha mala, que está pesada mas não lhe sinto o peso. Os pés querem manifestar-se mas não lhes dou ouvidos e não ligo aos gritos de dor...
É então que começa a chover e a roupa fica ensopada, os carros apitam mas eu não os oiço, a roupa agarra-se ao corpo como duas mãos a quererem parar-me, mas ignoro-as e não paro...
Continuo de cabeça baixa e olhos no alcatrão, a chuva percebendo que eu não a sentia, acaba por desaparecer... dando lugar a rajadas de vento, que me batem no peito, tentando quase cortar-me, mas eu ignoro, e elas cortam-me e o sangue sai. Em forma de esguichos, como se de uma fonte se tratasse... dou a primeira gargalhada, e continuo...
Um camião buzina, mas não oiço.
O vento desiludido desaparece. Começo a subir... e a neve, cai nos meus braços, começando a queimá-los, mas eu não sinto e continuo...
Depois de um longo caminho sem levantar a cabeça e de olhos no alcatrão e sem sentir nada... cruza-se em sentido contrário, alguém na mesma situação. Em simultâneo subimos a cabeça e o tempo PÁRA!!!
Com movimentos cortados pelo tempo e que se confundem com a chamada camâra lenta, tocamos um no outro, sorrimos e com o olhar dizemos o que a música leva cada um a dizer, e no fim... eu dei-lhe a minha mala e ela deu-me a dela... e num corte de tempo, tudo volta à normalidade e ambos continuamos o caminho com os olhos no alcatrão...
O sol farto de tudo, aparece em força, começa a fazer escorrer o suor, e faz com que todo o corpo reclame. E a camisola ensopada em sangue devido aos cortes feitos pelo vento começa a desfazer-se, eu com a boca seca e cheio de sede, bebo o meu próprio sangue... e tento continuar.
Um carro pára para me ajudar mas eu rejeito, com um acenar de mãos, e mais à frente...
Vomito o meu coração, e pela primeira vez... assusto-me.
Baixo-me na tentativa de comê-lo para que volte ao lugar que é seu... mas é então que me dissolvo no alcatrão, e me torno nas pedras que sempre terei almejado ser.
Sinto os carros passarem ao meu lado, em sentido contrário ao caminho que sigo, a deslocação que provocam no ar é muita, afinal o excesso de velocidade é acentuado...
Continuo.. sempre de cabeça baixa e com olhos no alcatrão. Não vejo quem passa por mim, também não quero ver, estou bem, eu e... a minha mala, que está pesada mas não lhe sinto o peso. Os pés querem manifestar-se mas não lhes dou ouvidos e não ligo aos gritos de dor...
É então que começa a chover e a roupa fica ensopada, os carros apitam mas eu não os oiço, a roupa agarra-se ao corpo como duas mãos a quererem parar-me, mas ignoro-as e não paro...
Continuo de cabeça baixa e olhos no alcatrão, a chuva percebendo que eu não a sentia, acaba por desaparecer... dando lugar a rajadas de vento, que me batem no peito, tentando quase cortar-me, mas eu ignoro, e elas cortam-me e o sangue sai. Em forma de esguichos, como se de uma fonte se tratasse... dou a primeira gargalhada, e continuo...
Um camião buzina, mas não oiço.
O vento desiludido desaparece. Começo a subir... e a neve, cai nos meus braços, começando a queimá-los, mas eu não sinto e continuo...
Depois de um longo caminho sem levantar a cabeça e de olhos no alcatrão e sem sentir nada... cruza-se em sentido contrário, alguém na mesma situação. Em simultâneo subimos a cabeça e o tempo PÁRA!!!
Com movimentos cortados pelo tempo e que se confundem com a chamada camâra lenta, tocamos um no outro, sorrimos e com o olhar dizemos o que a música leva cada um a dizer, e no fim... eu dei-lhe a minha mala e ela deu-me a dela... e num corte de tempo, tudo volta à normalidade e ambos continuamos o caminho com os olhos no alcatrão...
O sol farto de tudo, aparece em força, começa a fazer escorrer o suor, e faz com que todo o corpo reclame. E a camisola ensopada em sangue devido aos cortes feitos pelo vento começa a desfazer-se, eu com a boca seca e cheio de sede, bebo o meu próprio sangue... e tento continuar.
Um carro pára para me ajudar mas eu rejeito, com um acenar de mãos, e mais à frente...
Vomito o meu coração, e pela primeira vez... assusto-me.
Baixo-me na tentativa de comê-lo para que volte ao lugar que é seu... mas é então que me dissolvo no alcatrão, e me torno nas pedras que sempre terei almejado ser.
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