Mais uma noite quente, cheia de tensão, em que o coração bateu de ansiedade e até medo, em que os suores percorreram sem parar a minha face. Volta e mais volta e saí debaixo das mantas, perdi o medo que se encontrava escondido, mas continuei. Estavam a trocar-me o cérebro, apenas com uma injecção. Era tudo subtil, era tudo fácil, nem a todos se troca o cérebro, às vezes já se nasce com ele certo, ou não.
Num espaço de tempo, que não sei precisar, perdi-me completamente naquele que foi o sonho ou pesadelo, e desse espaço não tenho recordação ou visão disponível, o inconsciente foi mais forte. Mas lembro-me de voltar à mesma sala onde me deram o novo cérebro, para recuperar o antigo, mas isso, já não era tão fácil. E eu próprio tinha medo de recuperá-lo, mas queria...
O ritmo cardíaco aumentava a cada dificuldade, e na dimensão real os cobertores eram comandados por mãos e pernas, o meu corpo parecia ter convulsões que apenas no sonho eram justificáveis e passavam por movimentos normais. Voltas e voltas na cama, suor a cair que se misturava com lágrimas, um grito final....AH!!!
Acordei, sentia-me cansado, afinal não tinha sido fácil. Procurei arranjar significado para aquele sonho ou pesadelo, ocorriam-me várias possibilidades.
Durante a infância, trabalha-se a criança naqueles moldes que achamos melhor, criamos-lhe ou ajudamos a criar formas de pensar, agir, pré-determinando o seu futuro, o que na verdade será necessário. Depois, vamos crescendo, passamos na adolescência, e ai nascem os instintos de predador, cabe a cada um desenvolvê-los da melhor forma, o cérebro é plantado na nossa cabeça, façamos o que quisermos, mas os padrões estão definidos. Vem a fase adulta, e ai? Quer a maioria, e a maioria não são todos. Mas aos que são a excepção, dizem que é a parte que não está bem no mundo, aqueles a quem a implementação do novo cérebro não correu da melhor forma. É na fase adulta que se atropela e passa por cima de quem for preciso, é na fase adulta que cometemos as maiores injustiças, são apenas meios para atingir fins... Deve ter sido o tal espaço no sonho ou pesadelo, que não me recordo.
"Crianças a morrer de fome? Desculpe, não me dá muito jeito, tinha marcado a invasão de um país, parece que tem um ditador meio tirano. Mas fica combinado quando tiver carro, eu próprio forneço o seu combustível, combinado?"
E continuamos no caminho que agora vou encurtar, mas que se alonga por muito tempo. Ou não será assim tanto...
Em muitos casos a fase idosa nem chega a acontecer, razões de saúde, naturais, ou tantas outras, levam ao fim do caminho, antes do previsto...mas afinal o que está previsto? Eu próprio não sei o dia de amanhã, ou até o dia de hoje...
E se o fim fosse anunciado por carta, actualmente por e-mail ou via messenger, antes de acontecer. Seria mais fácil, ou dirão muitos, algo que faz sentido, a incerteza torna tudo mais aliciante. Creio que actualmente,e por ser, tudo tão determinado, não há preparação para a incerteza do fim...do caminho.
Voltando áquela que poderíamos chamar de 4ª fase. Aí a vida de predador começada na adolescência, parece pesar nas consciências, começa-se a ver outros predadores, que foram treinados para o mesmo, começa-se a reprovar o seu comportamento ,e é ai que se percebe que actuámos da mesma maneira, fizeram-se as mesmas coisas, e é então.. que exigimos o cérebro anterior, aquele que substituíram em certa fase do caminho, numa estação de serviço qualquer. O tempo em que tudo é bonito, o tempo em que o arco-íris era um enigma difícil de decifrar, o tempo em ainda não eramos robots.
Temos de crescer e quanto a isso... não me oponho, acho que se podia tentar uma forma diferente de programação.
Um elástico estica, mas se esticarmos mais do que se deve, um dos lados acaba por partir, e nós robots, já não estamos assim tão longe disso.
PS: A maioria não são todos, mas todos têm o dever de mudar. Ou devíamos ter, mas se calhar...não é funcional.
Num espaço de tempo, que não sei precisar, perdi-me completamente naquele que foi o sonho ou pesadelo, e desse espaço não tenho recordação ou visão disponível, o inconsciente foi mais forte. Mas lembro-me de voltar à mesma sala onde me deram o novo cérebro, para recuperar o antigo, mas isso, já não era tão fácil. E eu próprio tinha medo de recuperá-lo, mas queria...
O ritmo cardíaco aumentava a cada dificuldade, e na dimensão real os cobertores eram comandados por mãos e pernas, o meu corpo parecia ter convulsões que apenas no sonho eram justificáveis e passavam por movimentos normais. Voltas e voltas na cama, suor a cair que se misturava com lágrimas, um grito final....AH!!!
Acordei, sentia-me cansado, afinal não tinha sido fácil. Procurei arranjar significado para aquele sonho ou pesadelo, ocorriam-me várias possibilidades.
Durante a infância, trabalha-se a criança naqueles moldes que achamos melhor, criamos-lhe ou ajudamos a criar formas de pensar, agir, pré-determinando o seu futuro, o que na verdade será necessário. Depois, vamos crescendo, passamos na adolescência, e ai nascem os instintos de predador, cabe a cada um desenvolvê-los da melhor forma, o cérebro é plantado na nossa cabeça, façamos o que quisermos, mas os padrões estão definidos. Vem a fase adulta, e ai? Quer a maioria, e a maioria não são todos. Mas aos que são a excepção, dizem que é a parte que não está bem no mundo, aqueles a quem a implementação do novo cérebro não correu da melhor forma. É na fase adulta que se atropela e passa por cima de quem for preciso, é na fase adulta que cometemos as maiores injustiças, são apenas meios para atingir fins... Deve ter sido o tal espaço no sonho ou pesadelo, que não me recordo.
"Crianças a morrer de fome? Desculpe, não me dá muito jeito, tinha marcado a invasão de um país, parece que tem um ditador meio tirano. Mas fica combinado quando tiver carro, eu próprio forneço o seu combustível, combinado?"
E continuamos no caminho que agora vou encurtar, mas que se alonga por muito tempo. Ou não será assim tanto...
Em muitos casos a fase idosa nem chega a acontecer, razões de saúde, naturais, ou tantas outras, levam ao fim do caminho, antes do previsto...mas afinal o que está previsto? Eu próprio não sei o dia de amanhã, ou até o dia de hoje...
E se o fim fosse anunciado por carta, actualmente por e-mail ou via messenger, antes de acontecer. Seria mais fácil, ou dirão muitos, algo que faz sentido, a incerteza torna tudo mais aliciante. Creio que actualmente,e por ser, tudo tão determinado, não há preparação para a incerteza do fim...do caminho.
Voltando áquela que poderíamos chamar de 4ª fase. Aí a vida de predador começada na adolescência, parece pesar nas consciências, começa-se a ver outros predadores, que foram treinados para o mesmo, começa-se a reprovar o seu comportamento ,e é ai que se percebe que actuámos da mesma maneira, fizeram-se as mesmas coisas, e é então.. que exigimos o cérebro anterior, aquele que substituíram em certa fase do caminho, numa estação de serviço qualquer. O tempo em que tudo é bonito, o tempo em que o arco-íris era um enigma difícil de decifrar, o tempo em ainda não eramos robots.
Temos de crescer e quanto a isso... não me oponho, acho que se podia tentar uma forma diferente de programação.
Um elástico estica, mas se esticarmos mais do que se deve, um dos lados acaba por partir, e nós robots, já não estamos assim tão longe disso.
PS: A maioria não são todos, mas todos têm o dever de mudar. Ou devíamos ter, mas se calhar...não é funcional.
1 comentário:
Se conseguirmos mudar as pessoas, conseguimos mudar o mundo*
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