domingo, março 01, 2009

A turma

A vocês companheiros daquele caminho, a vocês...
Hoje é domingo e amanha segunda-feira, não vos vou ver e certamente fará uma quantidade de anos desde a última vez em que nos juntámos na frente da porta da sala de aula, ou na frente de um qualquer campo de futebol à espera de sermos desafiados para ter o gostinho de vencer(que era o habitual) e sair do campo a rir, juntos.
O Artur que não jogava lá se mantém sentado a rir da figura do Hélder. O João Fernandes vem a refilar com todos porque ninguém lhe passa a bola, o Eduardo(um irmão) corre o campo para me dizer ao ouvido: "Nuno já sabes a jogada".
Caramba! Combinámos na primeira vez que jogámos juntos já lá vai quase uma década e ainda a fazemos quando jogamos juntos, e ainda resulta. Com o Ricardo faço uma pausa. Já fora do campo digo-lhe que vi o Rocky na noite passada, ele ri-se e começa a imitar os passos de combate do "Itallian Stallion", o pessoal ri.
As horas passam os dias acabam, nós felizes e despreocupados, efeitos de uma adolescência, que não desejamos que acabe, ou melhor, nem pensamos que vai acabar.
Nunca ninguém disse "espero que não nos separem" porque ninguém acreditou que fosse possível.. eu também nem se quer pensei nisso.
Ainda me lembro naquela tarde no café, nos anos do Artur, em que pensámos abrir todos juntos uma empresa,dessa forma juntos ficaríamos. Sonhos inconsequentes por vezes, mas nós acreditávamos.
Tenho saudades companheiros, saudades da segunda-feira dura em que regressávamos a soprar por todos os lados, mas em que nos riamos, em que cumprimentávamos as nossas raparigas e os nossos rapazes, e sim éramos nossos porque éramos uma família e gostávamos de ser, e nas famílias somos uns dos outros.
Observo de cima as nossas aventuras, as nossas façanhas as nossas desilusões, e o fascínio que criámos nos professores, nunca nos abandonámos, e em tudo havia a mão de todos. Tenho saudades vossas pessoal.
As curvas dos anos e da vida, quebraram a união que tínhamos, a união que nunca ninguém quebrou, mas a vida não falha, estava ali.
Cada um no seu lado, cada um na sua vida, cada um no seu emprego ou sua faculdade, espero que como dantes possam sentir o quanto gosto de vocês, precisava de vocês mas não vão estar sentados às oito da manhã à espera que a aula de História inicie com o Prof. França, pois, espero então que estejam onde estiverem sintam o meu abraço e o meu carinho por vocês, e vá onde for e esteja onde estiver, vocês vêm comigo, porque nunca vos esqueço.
Partilho convosco o sonho que tive durante anos: receber uma carta em casa que nos chame a todos já nas nossas vidas, para fazer um dia de aulas como fizemos no ultimo ano. Porra, como ia ficar feliz!
Sinto a vossa falta e não vos posso chamar, os gargalhadas daqueles anos ressoam na minha cabeça e aposto que em toda a escola, onde enchemos cada sitio por onde passámos.
Andreia Cardoso, Artur Silva, Bruna Braz, Carla José, Cátia Dolores, Eduardo Sobral(um irmão), Hélder Salsinha, Igor Pina, João Fernandes, Patrícia Castanheira, Paulo Silva, Ricardo Leitão, Ronisia Tavares.
Um até sempre de alguém que não vos esquece e que depois de vocês, sente um vazio enorme. Afinal o vosso lugar no meu coração, também ele é grande.


Com saudades, e amor.
Nuno Santos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Há memórias que o coração congela. Quando as tentamos recordar, entramos num estado de petrificação temporário, como se houvéramos sido envolvidos num transe, que sendo permanente, não o é, pelo simples facto de não tentarmos descongelar essas recordações todos os dias.

Um beijo, com ternura

Noiva.