quinta-feira, agosto 30, 2007

O vermelho do sangue

Envolvo-me e dissolvo-me na escuridão, sem a bussula que são os olhos dou passos curtos que penso serem os certos, oiço a voz do que não quero ouvir, e o suor percorre-me o rosto de pele seca,o calor aperta à medida que o medo sobe e os passos tornam-se rápidos e involuntários.

Corro sem controlo, quero-te apanhar, e a lua espreita por entre as nuvens, com o intuito de me iluminar o caminho. Tu estendes o braço como numa corrida de estafeta para eu te apanhar o mais rápido possível, e eu corro como numa corrida de barreiras e vou ficando para trás. A lua desiste de nós e esconde-se, a escuridão comanda o caminho de novo, e os passos tornam-se lentos.
Sinto o vazio de não ter paredes, a respiração está descontrolada, e sento-me para recuperar o folgo. Ao fundo vejo estrelas à volta de ti e que se reflectem na tua pele, sorris e acenas para mim chamando-me mais uma vez.
Grito o teu nome e as minhas pernas ganham vida própria, começo numa corrida louca, que eu próprio não tenho forças para aguentar, mas não caio e sinto que me aproximo de ti, enquanto corro sinto o teu corpo no meu, passo as minhas mãos no teu corpo, contemplo-te até ao último pormenor, e beijo a tua boca perfeita com o amor que me enche.
A visão desaparece e continuo a ver-te no meio das estrelas, não consigo parar...e quando finalmente consigo chegar a ti, de faca em punho apunhalas-me o coração e pintas a lua de vermelho...

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